sexta-feira, 9 de agosto de 2013

"Presente divino" - Depoimento


Para começar gostaria de dizer que a Escola Dom Edilberto é um presente Divino para a Comunidade Nova Divinéia, do qual tive a sorte de participar.

Hoje, depois de mais de uma década, retorno à Escola como estagiária do curso de Pedagogia, não seria fiel de tudo se não falasse do meu sentimento no dia que voltei, quando vi as crianças rezando e cantando o Hino, foi uma viagem emocionante ao meu passado, não consegui conter as lágrimas. Os percalços do trabalho existem como em qualquer outra instituição, o grande diferencial da Escola Dom Edilberto é o amor e a entrega de seus funcionários para os alunos.

Sei o tamanho da minha responsabilidade, afinal, sou fruto da Escola e agora um exemplo a ser seguido. Nesse sentido, estou dando o meu melhor para contribuir com o crescimento social da minha comunidade.

Jaqueline Silva

Um “CHATO” Aparece!


Shoppings lotados! “Carango” por aí a torto e direita! Festas e mais festas! Farta propaganda nas televisões! Ôba, Copa do Mundo aqui!

Olimpíadas também! Neymar e Ronaldo toda hora na televisão! Cafu, Vampeta e outros! Quanta coisa se vende! É o clima! Quanta felicidade! Vida que segue!

Êpa! Não é bem assim! Tanta confusão recente nas ruas reflete alguma coisa! Alguma angústia se manifesta! Algo está ocorrendo. É impossível seguir tanto disfarce.

Chega aqui um “argentino chato” e diz tanta coisa que faz sentido. Coisas que não estamos habituados a ouvir. Critica a mentalidade de “príncipes” entre os cardeais e a distância imposta pelos bispos aos fiéis, dentre outras coisas.

Foi aqui no Brasil, ao despedir-se, em duro e longo discurso no encontro com o Comitê de Coordenação do Conselho Episcopal Latino Americano-Celam.

Também assim é a postura quase generalizada de nossos políticos. De outro lado, diz a repórter da Globo, que lhe emocionou a quantidade de jovens de braços e mãos dadas em Copacabana, em preparo para a Missa do Envio. Como há mais tempo a gente via!

Quem aqui escreve não é jovem. Pelo menos na idade! Mas, sente o coração rejuvenescido. Este é o ponto. “Estar distante” ou “de braços e mãos dados”. Você, de que lado está?

Getúlio Lins

A JUVENTUDE E O PAPA


Mais uma vez, num curto espaço de tempo, a juventude deu uma demonstração da sua inclinação para o bem. Desta vez, a mensagem é para o Brasil e também para todo o mundo.

Nesses dias que passaram, realizou-se no Rio de Janeiro a Jornada Mundial da Juventude, com a presença maciça de jovens peregrinos de todo o mundo, chegando a 3 milhões em um dos eventos e contando com a presença do papa Francisco, que prestigiou e participou intensamente da Jornada. Esse número foi o segundo maior da história, sendo superado apenas pela jornada nas Filipinas, há 18 anos, que reuniu cerca de 4 milhões de jovens. Os jovens deram um verdadeiro testemunho de fé.

Independente do aspecto religioso, a Jornada mostra a nós todos que ainda existem o idealismo, a vontade de transformar o mundo para melhor e a aspiração por valores humanitários, que transcendem os interesses imediatistas.

Tivemos também a oportunidade de conhecer e ouvir a mensagem do novo papa, o primeiro latino-americano nesse importante cargo, o qual, trilhando os caminhos de São Francisco de Assis, adotou a humildade e a simplicidade como princípios de vida e de atuação. Foram muitas as demonstrações do papa de que o mesmo queria estar próximo ao povo, apertando as mãos, abraçando e beijando as crianças, não se preocupando com os aspectos de segurança como muitos chefes de estado. Por sua vez, o povo brasileiro o acolheu com muito carinho e entusiasmo.

Graças a Deus tudo correu em paz. É importante ressaltar que o papa, diante de representantes da política brasileira, como a presidente Dilma Rousseff, expressou apoio às manifestações das últimas semanas: "Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: o diálogo". Ou seja, não recomendou uma Igreja omissa perante os acontecimentos, nem indiferente às aspira
ções sociais. Falou também da ligação de Jesus com "as vítimas da violência", com "as pessoas que passam fome", com "todos aqueles que são perseguidos por causa de sua religião, suas ideias ou simplesmente por causa de sua cor de pele".

Por último, devemos lembrar o próprio tema da Jornada, tirado do evangelho de Mateus: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”, que sintetiza bem o que se espera dos jovens.

Renato Falcão

Curso para professores da Escola Dom Edilberto


Iniciamos no dia 03 de julho de 2013, no Centro de Informática da Escola Dom Edilberto, a capacitação da nossa equipe, para iniciar o funcionamento do nosso Centro de Informática. 

Na primeira parte da capacitação contaremos com a disposição do nosso colaborador Davimário Bitencourt deverá dar o curso interno para professoras e funcionários (1ª Parte), constando da parte básica (apenas o essencial) referente a Microinformática, Internet, Word, Power Point e Excel. Para tanto, combinou-se que o curso será dado nos dias 03, 04, 05 e 16 de julho.

Já na segunda parte, contaremos com Jaqueline Silva (ex-aluna da nossa escola, atual estudante de pedagogia e nossa contratada com estagiária). O trabalho de Jaqueline será muito importante para o funcionamento do nosso Centro de Informática, bem como a utilização da informática com ferramenta educacional.

Ela deverá:
- Desenvolver pesquisas de softwares educacionais e apresentar uma primeira proposta para a equipe. Essa proposta deverá ser levada em conta os conteúdos das disciplinas da Escola e a adequação dos softwares que serão utilizados em sala de aulas pelas professoras.
- Preparar e ministrar treinamento às professoras, sobre como utilizar os softwares no ensino.
- Ministrar curso aos alunos da escola a serem definidos, sobre a microinformática, conforme planejamento a ser realizado.

No segundo semestre será também planejado o primeiro curso externo para ex-alunos. Dar oportunidade de um ensino de qualidade aos carentes é uma das metas da Dom Edilberto e para que tudo isso possa acontecer precisamos contar com a sua ajuda, caro amigo colaborador.

O Grito das Ruas


Nas últimas semanas assistimos, entre perplexos e maravilhados, a notícias frequentes sobre as passeatas de protesto que ocorreram em todo o país. De norte a sul, em muitos recantos deste país, em grandes e médias cidades, as manifestações se repetiram, na imensa maioria de forma pacífica, embora diversos vândalos e criminosos tenham se aproveitado para a prática de depredações e furtos. A polícia, como sempre, inicialmente comportou-se de forma mais truculenta, mas depois, orientada pelos governantes passou a ter um papel mais moderado.

O motivo inicial, poder-se-ia dizer, o estopim da revolta foi o aumento em São Paulo do preço das passagens de ônibus e metrô em “apenas” vinte centavos. Mas logo ficou evidente que diversos outros temas e queixas estavam motivando os manifestantes. A impressão que dava é de que havia um grito represado na garganta de muitas pessoas, que foram às ruas para expressar seu protesto, seu desagrado e sua revolta contra muitas coisas que têm acontecido neste nosso país, e que vão desde o mau uso e desvio do dinheiro público até a situação precária em que se encontram a saúde e educação públicas, passando também pela impunidade das autoridades e políticos, mesmo aqueles reconhecidamente criminosos e até condenados pela justiça. Parece que, de repente, o povo acordou para o “faz de conta” que tem sido muitas das “realizações” anunciadas através da mídia; acordou também para as tentativas de manutenção e até ampliação da impunidade de políticos e autoridades que praticam os “malfeitos”.

Na sua grande maioria, os participantes eram jovens, que se articularam sem apoio de nenhum partido político, através das redes sociais da internet. Vários partidos, aliás, tentaram se “identificar” com o movimento, mas foram rechaçados pelos manifestantes. Além dos jovens, muitas pessoas na idade madura foram se aliando ao movimento. Pessoalmente, conheço um senhor de sessenta e dois anos que, tendo tido seu carro parado em uma dessas passeatas, ele e o filho, estacionaram o carro e aderiram à mesma.

Outro fato interessante na ocorrência desse fenômeno, foi que o mesmo se deu numa fase aparentemente festiva, em que estava se realizando a tão esperada Copa das Confederações, na qual o Brasil acabou se sagrando campeão. A juventude, mostrando um grau de maturidade e de discernimento político inesperado neste Brasil, saiu às ruas, por diversas vezes, e uma das suas queixas era exatamente o desperdício e os desvios ocorridos na construção dos belos e suntuosos estádios, feitos para a competição.

Muitos consideravam a nossa juventude alienada, preocupada apenas com os assuntos imediatos e pensando apenas em curtir a vida. Mas os fatos mostraram o engano dessa suposição. Os jovens revelaram, mais uma vez, que são uma importante força propulsora das mudanças, e como tal devem ser elogiados e incentivados. Nós, os mais velhos, devemos segui-los e orientá-los, mas nunca impedi-los de se manifestarem e de opinarem sobre o futuro deste país, além de expressarem sua legítima revolta.

O que vai acontecer a partir de agora, é ainda uma interrogação. Muitas autoridades e políticos apressaram-se em, ao menos, parecer estar ouvindo a voz do povo. Diversos estados baixaram o preço das passagens, o governo federal anunciou cinco novos “pactos” para atender os anseios, a câmara rejeitou a emenda “PEC-36”, justamente denominada de “emenda da impunidade”, a qual pretendia proibir ao Ministério Público a investigação de crimes, e o próprio Supremo Tribunal mandou prender um deputado federal, condenado havia dois anos e ainda solto. No entanto, ainda fica a sensação de que o objetivo real é amenizar a situação e não propriamente resolver os enormes problemas que existem. As autoridades falam agora em Reforma Política e em Plebiscito, talvez esquecendo de que a revolta focou muito mais a falta de ética na política e não as reais deficiências do “sistema político”. Ainda é cedo para avaliar o quanto de mudanças e transformações ocorrerão.

Mas, que temos nós da Escola D. Edilberto a ver com tudo isso? Na verdade, temos muito a ver: é preciso observar que a juventude que promoveu essas manifestações era, com certeza, uma juventude mais esclarecida. Foram jovens que, acompanhando o noticiário da imprensa, conseguiram se articular com uso da tecnologia, trocando opiniões e obtendo adesões para as propostas de mudanças. É exatamente o que nós, como educadores, desejamos: transmitir à nova geração os valores éticos, o aprendizado da 
linguagem e o de novas ferramentas tecnológicas, o que lhe permitirá, futuramente, ser uma juventude consciente e atuante, de forma a conseguir gradualmente transformar este país que, como já foi dito, é maravilhoso mas ainda perverso.


Renato Falcão